O mal personifica várias formas , mas creio que a pior de todas elas é ,quando ele está disfarçado em alguém que possa ter conquistado a nossa confiança. Sim , na minha opinião esta é a pior forma de conhecermos a maldade existente neste mundo.
Honestamente tenho a certeza que todos os seres humanos tenham a sua parte boa e a sua parte má , creio que todos possuímos em nossas personalidades esta coisa a que chamamos de bem e do mal. Em determinadas situações , somos obrigados a mostrar o pior de nós para que aprendam a respeitar nos de uma vez por todas, mas isso não significa que somos maus seres humanos , pode significar que chegámos a uma etapa de nossas vidas que devido a inúmeras experiências vividas, deixamos de ser tão tolerantes ou pura e simplesmente nos fartámos de sofrer tantas desilusões.
Acredito mesmo ser o que acontece quando a paciência de uma boa pessoa se esgota totalmente, após ter sido testada vezes sem conta.
Não é fácil na atualidade em que todos nós vivemos , onde tudo modificou de forma horrenda para o pior , manter os nossos princípios, crenças e até as nossas personalidades intactas , no entanto creio que é possível mantermos nos fieis a nós mesmos , independentemente daquilo que possamos já ter vivido . E as minhas convicções são realmente estas , porque sempre fui muito consciente da minha personalidade , daquilo que queria para mim, e sempre empenhei me, dedicando me por inteiro quando queria algo, porém esqueci me muitas vezes que por eu ser assim , os outros poderiam não o ser, e isso originou uma série de desilusões , principalmente quando descobria que afinal as pessoas que tinham conquistado a minha confiança, não eram aquilo que diziam ser . E o que tem vindo a ajudar me a fazer estas descobertas bastante difíceis são o tempo , e as experiências próprias que tenho vivido e testemunhado, estes dois têm sido os meus melhores aliados . Sim e digo aliados porque sempre gostei de viver uma verdade por pior que ela pudesse ser , do que viver uma bela mentira , sempre gostei dos pontos nos iis , e de tudo bem esclarecido, não lidando muito bem com aquilo que chamo “pontas soltas”. Foi esta a educação que me deram , e também foi a mesma que dei aos meus filhos, que felizmente souberam absorve la , fazendo de mim , uma mãe muito feliz e concretizada.
Felizmente tenho vindo a aprender a dizer não quando é essa a minha vontade, deixando de fazer uma série de fretes que tanto mal me fizeram. Tinha muita dificuldade em dizer que não porque fazia questão de estar presente, de acompanhar todos aqueles que fizessem parte da minha vida , mas esqueci me muitas vezes de estar presente para quem realmente mais importava , eu. E por ter tomado este género de decisões , de ter assumido uma postura demasiado ingénua , nos piores momentos da minha vida , via diante de mim as máscaras alheias caírem estrondosamente no chão , levando me a sentir ódio de mim mesma, por ter dado tanto a quem nada merecia.
Hoje com 45 anos de idade , encontro me num estado de paz comigo mesma , e sei que este estado é muito frágil pois não consigo proteger me na totalidade ás adversidades e negatividades alheias , tal como todos vós, mas sempre que a dúvida surge no meu pensamento, sempre que me apercebo que estão novamente a puxar me para um buraco , lembro me da promessa que fiz a mim mesma , há muito pouco tempo , e isso pode não resultar no imediato , mas após me relembrar , de o dizer de mim para mim as vezes necessárias , volto a sentir a tão desejada paz , e só isso me faz sentir grata por ser novamente, a Carla Milho!